
Por: Fabiana Massoquette
Escrevo o que penso, o que sinto, o que vejo
Escrevo também aquilo que almejo
Meu mais secreto desejo
Escrevo o que me falta
E o que me sobra
Escrevo aquilo que em mim transborda
Escrevo para curar-me
Escrevo para adorar-te
Escrevo para devorar cada novo amanhecer
Eu escrevo para não enlouquecer
Pois minhas palavras gritam, suplicam e explodem
E o meu mundo elas sacodem
Falando o que não posso dizer
O que devo esquecer
Matando-me sem deixar-me morrer
Revivendo-me sem que eu tenha que renascer
Assim mantenho a pose
E pareço normal mesmo em close
Já que ninguém sabe o que aqui dentro passa
E eu, com minha máscara,
Brinco entre jogos e trapaças
Leio o seu poema e percebo o quanto o seu “nous” está ativo. É a sua atividade intelectual em oposição aos seus sentidos materiais processando esta informação (sentimentos) que sua alma trás desde tempos idos. Dito de outro modo, uniformizando o tempo em que você, hoje, escreve.
ResponderExcluirO “nous”, a nossa parte racional e imortal da alma, como Platão definiu, é o pensamento divino e atemporal, por isto você escreve o que pensa, o que sente e o que vê, mas também o seu mais secreto desejo. Ou seja, as grandes verdades e conclusões que emergem sem a necessidade de linguagem e premissas preliminares, por isto você parece normal mesmo em close.
Mais do que isto: você ainda escreve o que em si transborda, o faz porque cura-lhe e também porque a conduz a ser indulgente consigo própria. Na opinião de Aristóteles você está passando a sua vida em revista, e é por isto que seus poemas exprimem a razão do seu viver, do seu reviver sem ter que renascer. De ir em busca do novo você escreve porque as palavras gritam em seu âmago, suplicam explodindo o seu universo para ganhar o mundo que ainda não você não conhece, mas ele (o mundo) também não a conhece. E neste contexto podemos voltar a Aristóteles e repetir a sua frase imortal: “A palavra é o fio de ouro do pensamento”, por isto você escreve!
Eu sinto falta das suas poesias.
ResponderExcluirOlá Fabiana.
ResponderExcluirLi o teu diário africano e gostaria de trocar umas impressões contigo sobre Metangula e o Lago Niassa.
Se leres este comentário, por favor, envia-me uma mensagem por e.mail para «manaliva@gmail.com»
Beijo
que joguinho gostoso de palavras...
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