Para Karina

Por: Fabiana Massoquette

Quanto vale uma vida?
Um suspiro?
Uma maçã mordida?

De que serve o lamento?
Ele não alivia nada
Só traz mais tormento

E se déssemos mais risadas?
E se nos divertíssemos
Até das próprias trapalhadas

Então, onde se esconderia a dor?
Em que cidade?
Em que lugar?

Onde iriam parar os maus pensamentos?
Talvez na terra do esquecimento!

E se a dor tem rosto e tem nome
Alguém que foi antes do tempo
Criança em sofrimento
Injustiça, guerra
Bala perdida, tormento, treva...

É tão difícil respirar
Eu nem sei o que falar
Pareço soltar palavras ao azar

Mas nada disso concerta o mundo
Nem destrói a dor que dói bem lá no fundo

E eu, que pensava saber me expressar
Hoje, vazia estava
Não me restava palavra
Nem mesmo no olhar

Desculpa, por não saber consolar
Mas quando a dor é grande
O jeito é o tempo
Que embaça a lembrança
Que parece embalar a criança
Que não cessa de chorar

Ao menos saibas que podes contar comigo
Aqui, tens um ombro amigo
E um abraço apertado

Mesmo sabendo que isso não cura o luto
Eu prometo que ajusto
Alargo meu carinho
Pois nunca te deixarei sozinho
Esquecido em tua dor.

3 comentários:

  1. que lindo, fabi, vai lá bem dentro da alma.

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  2. É que tem palavras que saem da alma. Que bom que elas conseguem passar de dentro de mim e tocar os outros.

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  3. Independente do real significado desta poesia, ela me tocou profundamente. A sua composição expressa um sentimento maior que a dor em si, ela transcende, em especial quando você conclui: "Eu prometo que ajusto Alargo meu carinho Pois nunca te deixarei sozinho Esquecido em tua dor." Parabéns menina, você tem crescido muito, muito.

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