Ecos de soledad


Por: Fabiana Massoquette

Necesito nueva pasión

Prescindo algo que me haga latir el corazón

Perder el suelo y la medida de mi razón

Sentir arfar el pecho hasta su consumición

Sentir el sabor del beso,

Enloquecer de deseo,

Enamorarme de un lugar,

Sentir placer en trabajar,

Emocionarme con una foto o una canción

¡Carezco de emoción!

Porque los días se pasan

y me ponen gris

ya no siento en la vida un olor de anís

yo me ausento de mí

me faltan fuerzas para ser feliz

Llego al fin…

de mis fibras,

de mi risa,

de la sima!

En desespero, grito y finjo

Pero es inútil

Porque sé lo que escucho…

¡Ecos de SOLEDAD!


La poesía fue inspirada en las canciones de un cantante brasileño, Lenine.

La huida

Por: Fabiana Massoquette

A través de tus ojos vi el hombre que quisieras ser

En tus brazos me sentí la única

En tu cuerpo encontré mi sitio

Sentí como se volviera a la casa que siempre ha sido mía

Tus manos me han contado lo especial que era mi cuerpo

Y tu boca nunca me prometió mentiras para seducirme

Pero tus ojos me juraban qué todo sería inolvidable para ti

Quitaste de mí el duro invierno

Y adentramos por tierras cálidas

Dulce aventura uniendo mundos separados

Que volverán a encontrarse únicamente en los recuerdos

Memorias de una noche que debería ser vacía como todas las demás

A menina e o balanço

Por: Fabiana Massoquette

Era noite e a menina caminhava pela rua sem perceber o que passava ao seu redor. Dentro da sua cabeça percorriam dúvidas e eram tantas que elas saiam pelos fios de seus cabelos, iam escorregando como piolho e algumas até pulavam de suas orelhas. Não que a vida dela fosse difícil ou a mais complexa do mundo, mas é que as dúvidas são bichinhos que se multiplicam mais que coelhos.

Em um instante, tudo parou! Ao menos para ela. Os carros, as pessoas, suas dúvidas, seu caminhar e ela escutou apenas o som do seu coração... era ela ali, na rua, e aquilo que via: uma gangorra!!! Ela já não era assim tão menina, apesar de muitas vezes sentir que não tinha mais que 5 anos. Também sentia, algumas vezes, que havia vivido tanto, que deveria já ter passado dos 70, mas seus exatos 27 anos se reduziram e nesse momento ela só tinha algo dentro de si, uma certeza: ela ia brincar na gangorra!

A menina se balançava, voava alto tão alto que sentiu que viajava pra outro mundo, onde o ar era mais leve. Suas dúvidas saltaram todas, porque elas tinham medo de altura e a cabeça da menina ficou cheia de bons pensamentos. Seu céu era estrelado e a lua amarelava como um queijo aquele momento de pura felicidade! Seus fios loiros brincavam com o vento que o acariciava. A sensação de liberdade era mágica, e enchia o ar de purpurina.

Em uma noite que todos corriam para bares e boates, a menina ficou com seu balanço em um momento de entrega, companheirismo (ela com ela mesma) e muita paixão. Ao final, quando balançou e expulsou de si todas as incertezas que uma vida pode trazer, respirou ares de outros mundos e encheu sua cabeça de novos sonhos, ela voltou a caminhar pela rua em direção a sua casa.

Agora, o mundo já era diferente, ao menos dentro dela. Era isso o que importava: como seus olhos viam e como ela sentia tudo. As estrelas a acompanharam e uma noite leve embalou seus sonhos ternos até um novo amanhecer.