
Por: Fabiana Massoquette
Confuso, desconexo
Hoje, sinto-me ao reverso
Eu te amo
Mas é só em teu universo
Perdido, deixo meu corpo
Em teu corpo impresso
Aqui, o tempo passa
O que vivo soa trapaça
Porque lá fora a realidade
É sem graça
O mundo indiferente segue
Mesmo que eu negue
Ainda que parado eu fique
Para que eu não me revele
E ninguém desvele
O que tenho como certo
Meu eu mais concreto
E, nós voltamos ao quarto
Eu dou início ao ato
Em que crio um elo
Fazendo cruzar
Meu meridiano
Ao teu paralelo
Inventado minha cartografia, navego
Com meu caleidoscópio, observo
E em terreno submerso
Eu te peço
Favor não vide o (meu) verso
Porque minhas idéias... algo incerto
Mas, aqui, tudo é indubitável
Nosso amor, inefável
Teu sentimento, inquestionável
Mas ao cruzar a fronteira
Sinto-me sem eira, nem beira
Desato laços de ternura
É algo de poeira que chega e nubla
Meu olhar turva
E eu nem sei porque.